CEN *** Pesquisas Carlos Leite Ribeiro ***
Nicolau
Copérnico
Morreu, a
24 de Maio de
1543
Antes de sua teoria, os homens
consideravam como verdadeira a tese de um
cientista grego chamado Ptolomeu, que defendia a
ideia de que a Terra era o centro do
universo. Ao propor a teoria segundo a
qual a Terra dá uma volta diária completa em
torno de seu eixo e uma volta anual em torno do
Sol, Copérnico desencadeou uma revolução na
ciência, na filosofia e na religião. Nicolau
Copérnico, nasceu em Torun, Polónia, em 19 de
Fevereiro de 1473, numa família de ricos
negociantes. Aos 18 anos entrou para a
Universidade de Cracóvia, famosa na época por
empreender o estudo da matemática como
fundamento da astronomia. Ao completar 24 anos
de idade, mudou-se para Bolonha e mais tarde
para Pádua, onde aprofundou seus conhecimentos
matemáticos e estudou a língua e a cultura da
Grécia clássica. Em 1497, Copérnico
regressou à Polónia para assumir o cargo de
cónego da catedral de Frauenburg, que lhe
garantia emprego vitalício. O desejo de aprender
o levou de volta à Itália, onde integrou-se à
agitação cultural da época. Estudou medicina e
leis em Pádua e iniciou as pesquisas
astronómicas que o levaram a duvidar da teoria
geocêntrica, então de aceitação geral, segundo a
qual a Terra é o centro do universo. O novo
sistema planetário imaginado por Copérnico
contradizia as ideias geocêntricas de Ptolomeu,
astrónomo alexandrino do século II, adoptadas
pelos teólogos medievais que rejeitavam qualquer
teoria que não conferisse à Terra o lugar
central do universo. A teoria geocêntrica
atribuía aos planetas órbitas perfeitamente
circulares em torno da Terra, descritas dentro
de um complicado sistema de percursos
denominados epiciclos. Copérnico refutou
antes de tornar públicas suas ideias sobre o
sistema solar e tratou de fazê-lo da maneira
mais respeitosa possível em relação à ordem
estabelecida. Na verdade, seu raciocínio básico
firmava-se também em critérios teológicos:
perguntava em que lugar, melhor do que o centro
do sistema solar, poderia o Criador ter situado
a lâmpada que ilumina o mundo. Assim, suas
relações com a igreja nunca chegaram ao
declarado antagonismo que caracterizaria a
posição dos teólogos frente a Galileu. Em todas
suas obras e anotações sobre a estrutura do
universo, Copérnico considerava sua própria
hipótese como um mero exercício geométrico,
talvez pela necessidade de evitar acusações de
heresia. As teorias de Copérnico se
complicaram desnecessariamente com a tentativa
de explicar as irregularidades dos epiciclos
ptolemaicos. Por esse motivo, o sistema
copernicano só ganhou coerência irrefutável
depois que Kepler demonstrou a forma elíptica
das órbitas e Galileu comprovou esse fato com
observações telescópicas. O compêndio que
guarda as teorias de Copérnico é o De
revolutionibus orbium caelestium (Sobre as
revoluções dos orbes celestes), obra concluída
em 1530 mas cuja publicação só se iniciou em
1540, após a aprovação do autor. Conta-se que o
primeiro exemplar impresso do trabalho chegou às
mãos de Copérnico no último dia de vida do
astrónomo, que morreu em 24 de Maio de 1543 em
Frauenburg. A tradução dos escritos de
Ptolomeu no século XII ensejaram a recuperação
de um método bastante preciso na previsão dos
movimentos planetários, e por isso poucas
mudanças foram nele propostas no Ocidente. De
fato, as grandes navegações se fizeram sob a
égide da astronomia ptolemaica. O astrónomo
polonês Nicolau Copérnico reinterpretou dados
astronómicos existentes e o modelo de Ptolomeu,
tendo feito poucas observações directas.
Copérnico obteve uma simplificação
considerável na descrição dos movimentos ao
notar um epiciclo para os planetas interiores e
um deferente para os planetas exteriores que
eram idênticos. Esta constatação apontava para
uma oportunidade de simplificar o sistema do
Almagesto e do Hipótese dos Planetas, de
Ptolomeu, que contava com 43 esferas em
movimento simultâneo. A modificação de Copérnico
foi colocar o Sol no centro do movimento
(heliocentrismo), o que terminou por diminuir o
número de círculos em movimento necessários para
descrever as trajectórias dos planetas no céu.
Um esboço da teoria heliocêntrica é descrito na
obra Commentariolus (c. 1510), com tradução para
o português, cuja leitura é recomendada. Seu
livro Revolutionibus orbium caelestium libri VI
(Revolução dos Orbes Celestes em 6 volumes) foi
editado em 1543, postumamente, no ano de sua
morte. Com tal expediente, Copérnico evitou o
confronto com a Inquisição. No entanto, um
prefácio (não autorizado) foi inserido,
advertindo o leitor de que o conteúdo é um
método de cálculo de posições de planetas, e não
uma realidade objectiva. Em seu tratado,
Copérnico realiza uma sistematização
quantitativa da teoria heliocêntrica. Nesta
teoria, os círculos correspondentes à Lua pouco
mudam, pois ela gira, de fato, em torno da
Terra, valendo excepcionalmente o modelo
"Geocêntrico'', que coloca a Terra no centro de
Universo. Os antigos deferentes, baptizados
de orbes por Copérnico, são circulares, mas
centrados no Sol. Mesmo desprovidos dos
epiciclos, os diferentes heliocêntricos dão
conta de forma bastante aproximada do movimento
dos planetas, pois as suas trajectórias são de
fato quase circulares. Os epiciclos, também
presentes no sistema de Copérnico, introduzem
correcções menores, podendo deformar a órbita de
modo que ela se aproxime bastante de uma elipse.
No sistema copernicano, o tratamento dos vários
planetas passa a ser uniforme, não distinguindo
planetas exteriores e interiores como fazia o
sistema ptolomaico. Os grandes deferentes
externos de Ptolomeu, comuns a todos os planetas
e que fazem a abóbada celeste executar sua
revolução cada 24 horas, são finalmente
identificados como rotação da Terra em torno de
seu eixo. Copérnico constatou que os deferentes
dos planetas exteriores são idênticos a grandes
epiciclos dos planetas interiores. Esse outro
denominador comum entre os planetas - um círculo
que completa uma volta anual - foi identificado
como um efeito de paralaxe da rotação da Terra
em torno do Sol. Finalmente, outros orbes
representam nossas órbitas, ou seja, a rotação
de cada astro em torno do Sol. A nomenclatura
permanece muito semelhante à de Ptolomeu.
Copérnico imagina ainda um sistema de esferas em
rotação uniforme. Seus "orbes'' são
essencialmente entidades geométricas rígidas às
quais os planetas estão ligados. Muitos
seguidores de seu método não o consideravam uma
realidade Física, mas um método matemático, um
algoritmo eficiente para o cálculo e previsão
dos movimentos planetários, possivelmente em
virtude do prefácio mencionado acima. A Igreja
Católica terminou por incluir, em 1619, o
tratado de Copérnico no codex de livros
proibidos. Somente foi removido desta lista em
1835.
Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro – Marinha Grande –
Portugal
|
|
Por
favor, assine o Livro de Visitas:
Página construída para
ser perfeitamente visualizada no Internet
Explorer
Resolução do Ecrã: 1280 *
768
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário,